terça-feira, 21 de agosto de 2012

Medrosa ou Cautelosa?

                                            Medrosa ou Cautelosa?




  Algumas vezes ouvi que era muito medrosa. Que eu tinha medo de tudo, e, principalmente, do que eu não deveria temer. E isso me fez pensar muito. Pensar no significado do medo. Medo esse que sempre achei ser cautela. Não estou falando daquele medo do qual as pessoas estão sempre falando, de barata ou de aranha. Apesar de não ser nem um pouco fã dessas criaturinhas adoráveis, não é esse o medo que mais me preocupa. Existe aquele medo mais sério, medo de tentar coisas novas, de errar, de decepcionar alguém. Medo que ás vezes te prende.
  E algumas vezes ele pode sufocar. Deixar de fazer algo por medo de ser mal interpretado. Medo de julgamentos. E, querendo ou não, isso te bloqueia. Na dúvida entre experimentar algo novo ou não, o medo pode nos travar. E se você é do tipo que se preocupa demais com o que os outros pensam, pior ainda.
  O medo pode te impedir de tentar. E de repente, você percebe que não consegue respirar direito. Não consegue se desamarrar desse monte de pensamentos que te impedem de tentar ser diferente. Ele tira sua liberdade de escolher como lidar com suas vontades. E quando você se dá conta de que está preso nesse medo, percebe que está deixando de viver. Está deixando de evoluir, de experimentar o novo, de fazer descobertas.
  Por outro lado, existe a cautela, que não é tão pesada quanto o medo. Ela é, na verdade, a heroína da história, pelo menos na maioria dos casos. A cautela nos faz deixar de fazer algumas coisas, que muitas vezes não oferecem assim tanto risco. Mas, em boa parte das ocasiões em que ela interfere nas nossas decisões, é para a nossa proteção. É claro que se formos cautelosos demais, acabamos perdendo algumas coisas também. Mas a diferença entre medo e cautela, na minha opinião, é que o medo está mais ligado ao sentimento, é algo menos concreto. É como um bloqueio que te impede de agir, ao passo que a cautela te faz pensar no assunto. Nem sempre a cautela vai te impedir de fazer algo, mas vai te fazer tomar mais cuidado.
  Talvez a coragem não nasça em todo mundo. Talvez tenhamos que desenvolvê-la. Não que seja fácil. Mas com certeza é mais saudável do que viver com medo de tudo. Ela não vem de uma vez, requer prática. Aos poucos conseguimos nos sentir mais livres, respirar um ar mais leve, ser mais tranquilos. Acredito que tudo isso venha junto com a coragem.
  Ainda não sei se tenho mais medo ou mais cautela. Talvez um pouco dos dois. Pode ser que um dia eu seja corajosa, me arrisque mais. Ou talvez eu esteja certa do jeito que estou. Ainda não tenho certeza. Talvez um dia eu deixe de ter medo de atravessar a rua, ou de dirigir, ou de ser o assunto na mesa do almoço de domingo. Talvez um dia eu consiga não ter mais medo de corredores escuros, ou de que não achem graça das minhas piadas, ou de insetos. É tudo uma questão de prática.


                   *MaRi Rezk*


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Dica - Livros e Textos

                                            Livro - Persuasão - de Jane Austen



  A mais emocionante das obras da nossa amada Jane Austen, na minha opinião, Persuasão foi o último livro escrito por ela. Conta a história de Anne Elliot, que se apaixonou pelo belo, ambicioso e inteligente, porém pobre, jovem  Frederick Wentworth. Ao ficarem noivos, a família, que é muito orgulhosa, desaprova a união, e Anne, persuadida pelo pai, irmãs e por Lady Russel (que fora uma grande amiga de sua mãe, e que a considera como uma filha), acaba rompendo o noivado. A história passa a ser narrada 7 anos depois desses acontecimentos, quando os Elliot começam a ter problemas financeiros e se vêem obrigados a alugar sua casa e morar em um lugar menor. Nesse meio tempo Anne reencontra Wentworth, agora um homem rico e bem sucedido, e percebe que ainda o ama. O que mais emociona nessa história são os sentimentos de Anne cada vez que encontra se ex-noivo, a dor por tê-lo decepcionado, e o remorso por pensar em como poderia ter sido feliz se não se tivesse deixado influenciar por outros. É muito emocionante e profundo, com um maravilhoso toque de melancolia que só Jane Austen é capaz de dar. Recomendo pra quem curte um draminha com final feliz.

                          
                                *MaRi Rezk*